Não era dada a recordações. Passava com a sutileza de um trator por cima do que, de alguma forma, lhe provocasse algum desconforto. Ela era uma caixa cheia de gavetas. Algumas trancadas sem nunca terem recebido uma visita sequer. Gavetas empilhadas, cheias de memórias e histórias que não podiam ser tocadas. Talvez por algum breve instante pressentisse a presença delas. Mas isso era tudo o que conseguia a respeito. Pressentir vez ou outra a existência delas. E caminhava a passos largos, espinha ereta e aos olhos alheios, quase que intocável pelas mazelas que a vida sempre fez questão de lhe presentear. Tudo a sua volta ruía e ainda assim, a espinha não se dobrava. Sabia sorrir como ninguém. E nos sorrisos deixava transparecer um insólito desejo. Uma vontade louca e inquietante de ir além do óbvio, do suposto, do já estabelecido. E até por isso, quem sabe, as tais gavetas permaneciam fechadas. Memórias são obvias demais, emperram os passos, apertam os laços. E se algo havia o qual l...
ResponderExcluirA arte transforma o modo de pensar se quem a contempla estiver de mente aberta para receber a mensagem que ela trás; a partir desta postura, a arte incita quem observa a adquirir uma nova visão sobre a condição humana. Para que isso aconteça é importante que nós mesmos passemos a humanizar a visão que temos da arte para poder entender, através de uma reflexão, o que ela quer realmente transmitir. bjs
Agradeço o carinho de estar aqui.
ExcluirA reflexão é um exercício saudável para quem tem a mente suficientemente aberta a aceitar que verdades nunca foram absolutas.
Você disse bem, "humanizar a visão que temos da arte"
Um beijo