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Mostrando postagens de setembro, 2015

Indo

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Já lá está o caminho a percorrer. Sinto-o antes mesmo que eu o toque. E sempre foi assim. O caminho dentro de mim. Eu e o caminho. Caminho que me caminha, me percorre, me permite, me escorre. Caminho que me encaminha, me liberta, me socorre. Que me leva leve, lento. Por entre as nuvens em meio aos ventos. Caminho santo. Caminho bento. Que o é antes mesmo de ter sido. Como a finitude efêmera dos confins do mundo. Caminho fundo, belo, fecundo. E eu caminho... Elzinha Coelho

Não existe botox para o vazio existencial

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Não somos nada nem ninguém sem consumir. Você já parou para pensar nisso? Vivemos numa sociedade de consumo, disso todos nós sabemos. Acontece que a nossa ânsia por obtenção palpável se estendeu até os desejos mais íntimos. Não adquirimos por ímpeto apenas roupas, sapatos, objetos. Nós consumimos sentimento, gente, sexo, prazeres, tempo. Tudo. Parece que sem consumo não existe vida. Nem bem-estar. Nem alegria. Nem amor. Nem nada. As pessoas estão cada vez mais insatisfeitas com elas mesmas e com o mundo. Querem preencher a qualquer custo os seus buracos. Consomem tudo e todos ao mesmo tempo, na ânsia desesperada de abarrotar os espaços vazios que levam por dentro. Começam se enchendo de coisas, mas logo o tangível passa a não bastar. Então, encontram nos outros a possibilidade da sensação de plenitude, de prazer e satisfação. É uma perseguição efêmera atrás da saciedade. Aí vem a primordialidade de ter e sentir, a carestia da posse, que comanda os sentidos e determina as açõe