Sou frágil




Não ofereço perigo algum:
Sou quieta como folha de outono esquecida
entre as páginas de um livro,
definida e clara como o jarro com a bacia de ágata,
no canto do quarto - se tomada com cuidado
verto água límpida sobre as mãos
para que se possa refrescar o rosto
mas se tocada por dedos bruscos
num segundo me estilhaço em cacos,
me esfarelo em poeira dourada.


Caio F. Abreu

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