Mãos que decidem



Estava na sala olhando para o tempo… uma chuva esperada para refrescar o calor, para deixar o ar mais fresco…via uma fumacinha que levantava do asfalto…uma nostalgia emanava da brisa fresca!
Saí na sacada… deixei que a chuva molhasse os meus cabelos, minha roupa até penetrar gelada no meu corpo… mas a água da chuva não penetrou na minha alma lavando as minhas tristezas ou me dando força para tomar atitudes que vim adiando uma vida inteira!
Mas alguma coisa aconteceu: descobri que o medo de recomeçar não poderia ser maior do que a minha vontade de ser feliz… Olhei para as minhas mãos pequenas e cheias de vida que a tanta gente acariciou em momentos alegres ou tristes, que tantos apertos de felicidade ou de força, que deu alento ou esperanças… o quanto essas mãos já haviam produzido numa faxina, numa boa refeição ou nas teclas da máquina para as teclas do computador ou envolvida na caneta para a criação de um bom texto…
Quantas vezes essas mãos foram levantadas num discurso, chamando ou acenando para alguém que parte. E pensei… quantas vezes essas mãos foram impostas na oração pedindo a graça, louvando a Deus, ou a calma de alguém…
Olhei para essas mãos… senti-as bonitas e vigorosas…. algumas manchas marrom marcando o tempo, mas bem firmes e com muita vitalidade de pegar as coisas sem derrubar…
Examinei-as e preparei-as para o próximo passo… juntei-as elevando os olhos ao alto e com a brisa fresca que vinha da sacada em meu rosto, pensei que elas conseguiriam dar conta da nova missão de trabalho que estava chegando… não mais adiaria nenhuma atitude: decidindo e agindo… essas mesmas mãos teriam forças para acenar um adeus ao passado e recomeçar uma nova vida !
Silvinha Coelho
Uma mulher admirável

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