PRECE


Do sonho ela fez poesia
Como numa prece sussurrando ao silêncio
Pedindo aos anjos e santos
Proteção ao que no peito lhe ardia

E era tão grande essa dor
Que temendo então sucumbir
Apertou-a com as mãos cerradas
Tentando em vão por-lhe fim

Mas sabia ser impotente

Diante de dor lacerante
Queimava-lhe fundo na alma
A inexorável partida do amante

Ele,  por dias  sem fim

Habitou seu ser mais profundo
Fazendo-a protegida e segura
Do mau que havia no mundo

Agora, mãos jazem inertes

Corpo treme, cabeça rodopia
Do sonho sonhado, nada resta
Nem cantos, encontros, nem fantasias
Só a prece, os santos e a poesia...

Elzinha Coelho







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