Encanto

O que encanta é esta febre ainda acesa
Este calor que ainda inunda
É a fome e a sede que covarde
Invade, prende, gruda

Encanta o canto e os canteiros
Que enfeitam as horas e as demoras
De esperas que se findam lentamente
Nos sorrisos que me rendem a toda hora

Me perder no espaço dos teus passos
Me encontrar no abraço sem cansaço
Onde nada me pode  impedir
De anoitecer em paz nos teus braços

Descalça, desnuda, inteira
Vertendo-te a luz que me habita
Nas noites translucidas e solenes
Em que me tornas mais bonita

Elzinha Coelho



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